Governo Federal sanciona Estatuto do Pantanal inspirado em modelo de Mato Grosso do Sul.

Política

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta semana a Lei nº 15.228/2025, que institui o Estatuto do Pantanal, um marco legal voltado para a conservação, recuperação e uso sustentável de um dos biomas mais ricos e frágeis do Brasil. Inspirada em legislações já implementadas em Mato Grosso do Sul, a nova lei estabelece diretrizes nacionais para o desenvolvimento sustentável da região, conciliando proteção ambiental e atividades econômicas.

Diretrizes para preservação e desenvolvimento.

Entre os principais pontos, o Estatuto prevê:

  • Controle do desmatamento: a supressão da vegetação nativa só será permitida com autorização do órgão ambiental e cadastro no CAR (Cadastro Ambiental Rural).
  • Valorização cultural: reconhecimento das comunidades tradicionais e incentivo à preservação da identidade pantaneira.
  • Turismo sustentável: estímulo à criação de novas cadeias produtivas baseadas no ecoturismo e na bioeconomia.
  • Educação e pesquisa: incentivo a programas de educação ambiental e apoio a projetos científicos voltados à conservação.
  • Selo “Pantanal Sustentável”: certificação para produtores e empreendimentos que adotarem práticas compatíveis com a proteção do bioma, com validade de cinco anos.

Vetos e limitações.

Apesar dos avanços, a sanção veio acompanhada de vetos importantes. Foram excluídos artigos que tratavam do manejo integrado do fogo e do pagamento por serviços ambientais, considerados pontos estratégicos por especialistas e organizações ambientais. Outra crítica recorrente é que o texto não abrange de forma integral a Bacia do Alto Paraguai, essencial para o equilíbrio hídrico do Pantanal.

Harmonia com legislações estaduais.

O Estatuto não substitui normas estaduais já existentes, mas busca estabelecer diretrizes nacionais que dialoguem com os marcos locais, como a lei sancionada em Mato Grosso do Sul em 2023. O objetivo é dar segurança jurídica a produtores rurais, comunidades e investidores interessados em práticas sustentáveis.

Avanço e desafios.

O Pantanal, que já enfrentou graves episódios de queimadas e pressões do agronegócio, passa a contar com um instrumento legal exclusivo, tornando-se o segundo bioma brasileiro a ter legislação federal própria — depois da Mata Atlântica. Especialistas apontam que a efetividade do Estatuto dependerá de investimentos, fiscalização e cooperação entre União, estados e municípios.

A expectativa é que o novo marco legal fortaleça a preservação ambiental aliada à geração de renda, consolidando o Pantanal como exemplo de desenvolvimento sustentável no país.

Da Redação.

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