Brasil lidera exportações de soja para China com EUA fora do jogo!

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Guerra comercial entre Pequim e Washington abre espaço para recorde brasileiro nas vendas de soja; produtores americanos enfrentam crise sem precedentes.

A disputa comercial entre China e Estados Unidos está redesenhando o mapa mundial da soja. A partir deste semestre, a China praticamente zerou as compras do grão americano, abrindo caminho para o Brasil assumir o protagonismo nas exportações para o principal consumidor global da commodity.

De acordo com dados da Reuters, a China importou mais de 42 milhões de toneladas de soja brasileira entre janeiro e julho de 2025 — um aumento expressivo em relação ao mesmo período do ano passado —, enquanto as aquisições vindas dos EUA caíram para cerca de 16 milhões de toneladas. A decisão de Pequim ocorre em meio à retomada de tarifas retaliatórias impostas aos produtos agrícolas americanos, que tornaram a soja dos EUA menos competitiva no mercado internacional.

“Mesmo quando o preço americano está mais baixo no porto, as taxas e encargos extras encarecem o produto e inviabilizam novas compras”, explica relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

🌎 Brasil ocupa o espaço e quebra recordes.

Com a saída dos americanos do jogo, o Brasil vem ampliando rapidamente sua presença no mercado chinês. O país já é o maior exportador mundial de soja, e agora consolida essa liderança, beneficiado por condições de câmbio favoráveis e colheita recorde.

De acordo com analistas do Canal Rural, o avanço brasileiro tem impulsionado o faturamento do agronegócio e garantido uma balança comercial positiva, mas também gera alertas sobre a dependência crescente das exportações para a China, destino de mais de 70% da soja nacional.

“É um cenário positivo no curto prazo, mas o Brasil precisa diversificar mercados para não ficar refém de uma única potência compradora”, avalia o economista agrícola Gustavo Barros, da Esalq/USP.

Crise nas fazendas americanas.

Nos Estados Unidos, a situação é oposta. Com os armazéns cheios e sem compradores, milhares de produtores relatam prejuízos bilionários e margens negativas por hectare. O governo norte-americano estuda novos subsídios e programas de compensação para mitigar as perdas no setor agrícola.

“Estamos vendo fazendas familiares fechando portas depois de décadas de operação. Sem a China, o mercado americano de soja perdeu seu principal pilar”, relatou a American Soybean Association em nota recente.

🔮 Efeitos globais.

A mudança nas rotas comerciais também afeta outros países. A América do Sul se fortalece como fornecedora estratégica para a Ásia, enquanto o mercado internacional enfrenta maior volatilidade de preços. O aumento das exportações brasileiras pode pressionar custos internos de ração e alimentos, além de exigir melhorias logísticas para escoar a produção.

Especialistas acreditam que, mesmo que Washington e Pequim retomem o diálogo, a hegemonia brasileira no comércio de soja com a China deve se manter nos próximos anos, consolidando o país como peça-chave no equilíbrio alimentar global.

Redação CN67.

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