A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi palco neste domingo (7) da chamada “Caminhada pela Anistia”, manifestação organizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em defesa da anistia total a ele e aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por manifestantes golpistas.
O ato reuniu cerca de duas mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar e do portal Poder360. A mobilização foi liderada por nomes ligados ao bolsonarismo, como o pastor Silas Malafaia, o senador Flávio Bolsonaro, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de parlamentares como Nikolas Ferreira (PL-MG).
Os discursos concentraram-se em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, e na defesa de uma anistia ampla, geral e irrestrita. Flávio Bolsonaro afirmou que o “perdão completo está próximo” e pediu união dos apoiadores para pressionar o Congresso Nacional.
Bia Kicis reforçou o tom de enfrentamento, afirmando que os manifestantes “não querem qualquer coisa” e que a meta é a “anistia total e o retorno dos direitos políticos de Bolsonaro”. Michelle Bolsonaro, por sua vez, declarou que a medida seria necessária para “pacificar o país” e acabar com o que chamou de perseguição política.
Embora a adesão tenha sido menor que a esperada, os organizadores classificaram o evento como simbólico e estratégico, afirmando que o movimento busca “manter viva a pauta da anistia” e pressionar o Legislativo.
No Congresso, a proposta de Lei de Anistia divide opiniões. Enquanto aliados de Bolsonaro defendem o perdão completo, parte da oposição e de parlamentares independentes avalia a possibilidade de revisão das penas aplicadas pelo Supremo, mas não de absolvição total.
A “Caminhada pela Anistia” foi mais uma demonstração de que o movimento bolsonarista segue ativo, mesmo em meio à queda de mobilização observada desde 2023. O ato reforça também o embate político em torno da responsabilização pelos eventos de 8 de janeiro e a tentativa de reabilitar politicamente Jair Bolsonaro, que segue inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
(Foto: Weslley Galzo / Estadão).
Redação CN67.
