Ministro Alexandre Silveira atribui falha a problema em subestação da Eletrobras no Paraná e diz que energia foi restabelecida em todo o país em poucas horas.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira (14) que o apagão registrado durante a madrugada em diversas regiões do Brasil não foi causado por falta de geração de energia, mas sim por uma falha pontual no sistema de transmissão. Segundo ele, o sistema elétrico nacional não sofreu grandes danos e o fornecimento foi totalmente restabelecido em poucas horas.
De acordo com Silveira, o problema teve origem em um reator da Subestação de Bateias, operada pela Eletrobras, localizada no estado do Paraná. Um incêndio teria provocado o desligamento automático da unidade, o que levou à interrupção temporária de cerca de 10 mil megawatts (MW) de carga no sistema — o equivalente a uma “contingência severa”, segundo técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
“Não faltou energia no Brasil. O que houve foi um problema localizado de transmissão, que foi rapidamente isolado e corrigido. O sistema respondeu dentro do previsto e não sofreu grandes danos”, declarou o ministro em entrevista coletiva.
Para conter o impacto, o ONS acionou de forma automatizada o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), mecanismo que reduz temporariamente o fornecimento de energia em determinadas regiões para estabilizar o sistema. O procedimento foi executado em diferentes estados do Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, com normalização total por volta de 2h30 da madrugada, informou o governo.
O Ministério de Minas e Energia criou um Grupo Especial de Resposta Rápida, com participação da Aneel, da Eletrobras e do ONS, para investigar as causas do incidente e propor medidas preventivas. Um Relatório de Análise da Perturbação (RAP) deve ser divulgado nos próximos dias, com detalhes técnicos sobre o ocorrido.
Apesar das explicações oficiais, especialistas do setor elétrico destacam que o episódio acende um alerta sobre a resiliência e redundância da rede nacional, já que uma única falha em uma subestação foi suficiente para gerar apagões em diferentes regiões do país.
“O sistema interligado brasileiro é projetado para suportar a perda de um componente sem colapso. Um evento desse porte precisa ser minuciosamente analisado”, afirmou um ex-diretor do ONS ao portal Poder360.
O governo, por sua vez, reforça que a resposta foi rápida e que o tempo de recomposição foi menor do que em episódios semelhantes anteriores, evitando um colapso generalizado.
“O Brasil tem energia de sobra, e o sistema reagiu como deveria. A população pode ficar tranquila quanto à segurança energética do país”, concluiu Silveira.
Redação CN67.
