O Relógio como Símbolo da Eternidade.
Desde as primeiras civilizações, o ser humano busca controlar o tempo. Dos antigos relógios de sol aos complexos mecanismos suíços, medir os segundos sempre foi uma tentativa de dominar o inevitável — a passagem da vida. Mas foi no cinema que um relógio ganhou, talvez, seu significado mais profundo. Em 2014, o diretor Christopher Nolan colocou um simples relógio de pulso no centro de uma das narrativas mais emocionantes da ficção científica moderna: Interestelar.
O Nascimento do Hamilton “Murph”.
O relógio usado por Murphy, filha do protagonista Cooper, foi especialmente criado pela marca Hamilton, que já tinha tradição em Hollywood desde os anos 1930. O modelo, batizado de Hamilton Khaki Field Murph, é um símbolo de design clássico: mostrador preto, ponteiros elegantes e números legíveis. Mas o que o tornou lendário não foi apenas sua estética, e sim o que representou no enredo — um elo entre pai e filha que transcende o tempo e o espaço.
O Relógio que Enviou uma Mensagem do Além do Tempo.
Na trama de Interestelar, Cooper usa o relógio para enviar uma mensagem quântica à filha, através da gravidade, de dentro de um buraco negro. A sequência transformou o acessório em um símbolo universal de amor, ciência e esperança. Foi um momento em que o tempo deixou de ser inimigo e se tornou um código de comunicação — algo tão humano quanto a saudade.
Do Cinema à Realidade.
Após o sucesso do filme, o público exigiu uma versão real do relógio. Atendendo aos fãs, a Hamilton lançou oficialmente o Khaki Field “Murph” em 2019, reproduzindo cada detalhe do modelo do filme. A marca chegou até a incluir uma referência sutil: no ponteiro dos segundos, há inscrições em código Morse que soletram a palavra Eureka, homenagem direta à descoberta de Murphy no longa.
Mais do que um Relógio.
Hoje, o Hamilton Murph é muito mais que um acessório de luxo. É uma peça que carrega uma história — a de um amor que venceu as leis da física e o próprio tempo. Um lembrete de que, em cada tique-taque, há um eco do passado, um presente em movimento e um futuro que ainda pulsa.
Cassiano Panizza.
