Brasil e EUA articulam encontro entre Lula e Trump em país neutro; Malásia surge como opção.

Política

O governo brasileiro, em articulação com autoridades dos Estados Unidos, estuda a realização de um encontro presencial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o norte-americano Donald Trump ainda neste mês. A ideia é que a reunião ocorra em um terceiro país, para evitar que a agenda seja interpretada como um gesto de submissão ou predominância de um dos lados.

Entre as possibilidades em análise, ganha força a cúpula da ASEAN, que será realizada em Kuala Lumpur, na Malásia, a partir de 26 de outubro. Fontes da diplomacia brasileira avaliam que o evento multilateral oferece um terreno “neutro” para um diálogo de caráter mais pragmático, sem o peso político que um encontro em Brasília ou Washington poderia gerar.

Segundo interlocutores do Itamaraty, Lula já confirmou presença na agenda asiática, parte de sua estratégia de reforçar laços econômicos e diplomáticos com países da região. A participação de Trump, por sua vez, ainda não está assegurada, mas há expectativa de que o republicano viaje à Ásia com passagens por Malásia, Japão e Coreia do Sul.

A alternativa de realizar a reunião em outro país europeu, como a Itália, também é considerada, já que ambos os líderes têm compromissos previstos por lá nos próximos meses.

Apesar da articulação, diplomatas ressaltam que o encontro só será confirmado se houver conteúdo concreto a ser tratado, evitando que a reunião tenha apenas um valor simbólico. Nos bastidores, uma videoconferência prévia não está descartada para alinhar pautas de interesse comum.

O esforço para viabilizar a conversa ocorre em meio a um momento delicado nas relações bilaterais. Recentemente, Washington anunciou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros e aplicou sanções contra um ministro do Supremo Tribunal Federal, o que ampliou a tensão entre os países.

Ainda sem data e local definidos, o encontro, caso se concretize, poderá marcar um novo capítulo na relação entre Brasil e Estados Unidos, combinando pragmatismo diplomático e disputas geopolíticas.

Da Redação.

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