EUA não enviarão delegação para a COP30 no Brasil, confirma Casa Branca.

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Decisão reduz tensões diplomáticas e dissipa temor de interferência nas negociações climáticas em Belém

Os Estados Unidos não enviarão representantes de alto escalão para a COP30, conferência climática da ONU que será realizada em Belém (PA), informou uma autoridade da Casa Branca à agência Reuters. A decisão alivia preocupações de líderes mundiais, que temiam uma atuação norte-americana capaz de atrapalhar o andamento das negociações.

O Brasil sediará, na próxima semana, uma cúpula de líderes que antecede as duas semanas oficiais de debates sobre o clima.

A posição dos EUA ocorre após recentes tensões diplomáticas envolvendo medidas de retaliação anunciadas por Washington. No início do mês, o governo ameaçou aplicar restrições de vistos e sanções a países que apoiassem uma proposta da Organização Marítima Internacional (OMI) para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no transporte marítimo. O movimento levou à suspensão por um ano da votação sobre a criação de um preço global de carbono para o setor.

De acordo com a Casa Branca, o presidente Donald Trump já deixou clara a posição de seu governo no discurso feito na Assembleia Geral da ONU, em que classificou a mudança climática como “o maior golpe do mundo” e criticou políticas ambientais que, segundo ele, “custam fortunas às nações”.

“O presidente continua a dialogar com líderes globais sobre questões energéticas e comerciais, focando em parcerias bilaterais e acordos estratégicos”, afirmou a fonte à Reuters.

Nos últimos meses, o governo norte-americano tem priorizado acordos de energia em negociações comerciais, buscando ampliar as exportações de gás natural liquefeito (GNL) para países como Coreia do Sul e União Europeia. Nesta sexta-feira (31), o secretário de Energia, Chris Wright, destacou o “potencial de grande comércio energético” entre China e Estados Unidos, especialmente no fornecimento de gás natural.

Desde o início do mandato, Trump mantém uma postura cética em relação às políticas climáticas globais, tendo anunciado, ainda no primeiro dia de governo, a saída dos EUA do Acordo de Paris, que completa 10 anos e deve entrar em vigor em janeiro de 2026.

O governo também pressionou países a recuar em negociações ambientais, como o tratado global contra a poluição plástica, resistindo a medidas que limitem a produção do material.

Ainda segundo a Casa Branca, “a maré está mudando” na forma como a questão climática é tratada. A fonte citou um memorando recente de Bill Gates, no qual o empresário defende uma mudança de foco nas políticas ambientais, argumentando que o aquecimento global “não levará à extinção da humanidade”, mas exige soluções práticas e sustentáveis.

Redação CN67

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