Gleisi defende demissões para reforçar base e critica Galípolo: “Esperava outra postura no BC”.

Política

Em meio a um processo de reorganização da base aliada, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo deve manter em seus quadros apenas aqueles que tenham “compromisso com a reeleição do presidente Lula”. A declaração, dada em entrevista nesta semana, marca um endurecimento do discurso político no Palácio do Planalto e sinaliza possíveis mudanças no quadro de ocupantes de cargos estratégicos.

Segundo Gleisi, “a orientação é demitir” quem não estiver alinhado com o projeto político do governo. A ministra destacou que a meta é “reorganizar a base” para garantir sustentação parlamentar e consolidar o apoio à reeleição de Lula em 2026. “O natural é ficar no governo quem tiver compromisso com a reeleição do presidente”, reforçou.

Além da sinalização política, a ministra também voltou a criticar o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, por manter a taxa básica de juros em patamares considerados altos pelo governo. Gleisi afirmou que “esperava outra postura” do economista, nomeado por Lula para o comando do BC, e classificou a taxa Selic como “estratosférica”.

“Mesmo com a autonomia do Banco Central, é legítimo que o governo questione decisões que prejudicam o crescimento e o emprego. Galípolo tinha a oportunidade de corrigir essa rota”, disse a ministra, em referência à continuidade da política monetária herdada de Roberto Campos Neto.

As declarações reacendem o embate entre o núcleo político do governo e a autoridade monetária, num momento em que o Planalto tenta consolidar apoio no Congresso e fortalecer sua imagem junto à base petista.

Economistas avaliam que o tom adotado por Gleisi pode aumentar a pressão sobre o Banco Central, enquanto aliados veem nas falas da ministra um recado interno para acelerar mudanças em ministérios e cargos de segundo escalão.

O episódio ocorre em um cenário de ajustes políticos e de busca por maior coesão dentro do governo, com a ministra deixando claro que lealdade e alinhamento político serão critérios centrais nas próximas nomeações.

Redação CN67.

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