O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta terça-feira (21) para uma viagem oficial à Ásia, com compromissos na Indonésia e na Malásia. A agenda inclui encontros bilaterais, fóruns econômicos e, possivelmente, uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no próximo domingo (26), durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur.
De acordo com o Itamaraty, o encontro com Trump ainda não está confirmado, mas há espaço reservado na agenda de Lula para a conversa, caso haja sinal verde da Casa Branca. A reunião vem sendo articulada há semanas e deve abordar as novas tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros e as sanções econômicas a autoridades do país.
Em 6 de outubro, após uma breve reunião e o que Lula descreveu como “química excelente” com Trump durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, os dois voltaram a se falar por telefone. Na ocasião, o presidente brasileiro sugeriu o encontro na cúpula da Asean. Dias depois, o chanceler Mauro Vieira se reuniu em Washington com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em tratativas classificadas pelo Planalto como “muito positivas”.
A agenda oficial de Lula será dividida em duas etapas:
- Jacarta (23 e 24 de outubro): o presidente será recebido pelo líder indonésio Prabowo Subianto. A visita pretende inaugurar um novo capítulo nas relações bilaterais, com foco em cooperação econômica, agrícola, energética e de desenvolvimento sustentável, segundo o Itamaraty.
- Kuala Lumpur (24 a 28 de outubro): Lula participa da Cúpula da Asean, a convite do primeiro-ministro Anwar Ibrahim, tornando-se o primeiro chefe de Estado brasileiro a participar do encontro. O objetivo é ampliar o comércio e os investimentos bilaterais, sobretudo em energia, ciência, tecnologia e inovação.
No dia 28 de outubro, o presidente também marcará presença na 30ª Cúpula do Leste Asiático, onde apresentará a visão do governo brasileiro sobre resiliência econômica e cooperação entre a Asean e o Brics.
A viagem reforça a estratégia diplomática do Brasil de estreitar laços com economias emergentes da Ásia, ao mesmo tempo em que tenta manter diálogo aberto com Washington, em um cenário global de tensões comerciais e disputas tecnológicas.
Redação CN67.
