Peão atacado por onça no Pantanal é resgatado e se recupera em Campo Grande; família pede medidas de segurança.

Mato Grosso do sul

Campo Grande (MS) — O peão Flávio Ricardo do Espírito Santo, de 28 anos, foi atacado por uma onça-pintada na tarde de sábado (4), na região do Pantanal do Paiaguás, em Corumbá (MS). O trabalhador rural foi surpreendido pelo animal enquanto realizava atividades em uma fazenda e precisou ser resgatado de helicóptero em uma operação que mobilizou o Exército e o Corpo de Bombeiros.

De acordo com relatos, o ataque ocorreu por volta das 17h, na Fazenda Milagres, próximo à baía do Mineiro, a cerca de 45 quilômetros da Base Avançada de Lourdes. Flávio estava a cavalo com outro funcionário quando passou perto de uma carcaça de animal morto, o que pode ter atraído a onça. Ele sofreu ferimentos profundos na cabeça, nas pernas e nos braços, provocados por mordidas e arranhões.

Mesmo ferido, o peão foi encontrado consciente e com sinais vitais estáveis. O resgate foi feito por um helicóptero com capacidade para voos noturnos, que o levou até Corumbá. De lá, Flávio foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande, onde permanece internado. Segundo familiares, o trabalhador está fora de perigo e passa por acompanhamento médico — há divergências sobre a necessidade de cirurgia, mas o quadro geral é considerado estável.

A família de Flávio relatou o susto e pediu medidas de segurança diante do aumento de ataques de onças na região. “Hoje foi a minha família, amanhã pode ser a de outra pessoa”, disse Luzia Pires da Silva, sogra da vítima.

Moradores e entidades locais afirmam que casos semelhantes têm se tornado mais frequentes no Pantanal do Paiaguás. Em abril deste ano, o peão Jorge Ávalo, de 60 anos, morreu após ser atacado por uma onça em Aquidauana. O Instituto Mulher Negra do Pantanal e lideranças comunitárias têm cobrado ações do Ministério Público Federal para proteger trabalhadores e moradores da região.

Especialistas alertam que o avanço de fazendas e o aumento de atividades humanas em áreas de preservação contribuem para os encontros perigosos com grandes felinos. Há também denúncias sobre o uso ilegal de “cevas” — prática de atrair animais selvagens com alimentos —, o que pode aumentar a presença de onças em áreas de pasto.

Enquanto se recupera, Flávio recebe o apoio da família em Campo Grande. O caso reacende o debate sobre convivência entre o homem e a fauna pantaneira, que exige equilíbrio entre a segurança humana e a conservação das espécies.

Redação CN67.

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