A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros ameaça tirar o Brasil da liderança nas exportações de café. Segundo o diretor do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, os embarques ao mercado americano já caíram mais de 50%, e o país perdeu espaço para concorrentes como México e Colômbia.
Antes do tarifaço, os EUA eram o principal destino do café brasileiro. Em setembro, caíram para a terceira posição, atrás da Alemanha, com exportações de apenas 332 mil sacas — queda de 52,8% no mês. Em 2024, os americanos compraram 8,1 milhões de sacas, gerando US$ 2 bilhões em receita.
O setor tenta incluir o café na lista de exceções da sobretaxa, e as negociações envolvem os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Segundo Matos, o produto é prioridade para importadores americanos e pode haver uma suspensão parcial ou total da tarifa.
A alta de 40% nos preços internacionais, somada ao imposto, elevou o custo do café nos EUA ao maior nível desde 1997. O cenário pressiona as autoridades americanas e reforça o risco de o Brasil perder seu principal mercado.
Enquanto isso, o país redireciona parte das vendas para Europa, Ásia e países árabes. De janeiro a setembro, as exportações somaram 29,1 milhões de sacas — queda de 20,5% —, mas a receita subiu 30%, alcançando US$ 11 bilhões devido ao preço elevado do grão.
O Cecafé aposta na diversificação e na abertura de novos mercados, como China e Austrália, para manter o protagonismo do café brasileiro no cenário internacional.
Redação CN67.
